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Como explorar o erotismo além da pornografia - um guia para ler, ouvir e imaginar

  • Foto do escritor: Lucas Liberato
    Lucas Liberato
  • 14 de mai.
  • 4 min de leitura

Há momentos em que o corpo busca alívio sem que a mente acompanhe. O clique no vídeo pornográfico se repete — não por desejo pleno, mas como resposta à ansiedade, ao tédio, à solidão. Nessas horas, o prazer vira recurso de fuga, não de presença. Mas o desejo pode se abrir de outras formas: menos imediatas, mais profundas, mais sensoriais do que visuais.

A literatura erótica pode ser uma alternativa rica, sensível e surpreendente. Ao ler um conto erótico, você entra numa experiência mais lenta, mais corporal, que permite imaginar, criar, sentir. É diferente de apenas assistir: ler convida o corpo a reagir com mais tempo e mais presença.

Se você está explorando essa possibilidade, aqui vão algumas dicas para fazer isso com mais segurança e profundidade:


1. Busque plataformas confiáveis

Evite sites desconhecidos e cheios de anúncios ou janelas suspeitas. Em vez disso, explore plataformas como:

  • Wattpad: gratuito, com filtros por gênero, tema e identidade. Há muito conteúdo LGBT+ e feminista, com autores independentes.

  • Medium: alguns autores publicam contos eróticos com mais refinamento literário.

  • Amazon Kindle ou Google Play Livros: busque por coletâneas de contos eróticos — muitas são gratuitas ou custam pouco.


2. Explore áudios eróticos

Nem só de leitura se faz o erotismo sensorial. O uso de áudios pode ser uma ponte entre a pornografia visual e formas mais sutis de excitação. Plataformas como:

  • Spotify: possuem playlists com contos narrados, ASMR sensual, vozes eróticas e até dramatizações românticas.

  • YouTube: também abriga narrativas sensuais faladas — muitas vezes com ambientação sonora e foco no envolvimento emocional.

Ouvir ao invés de assistir convida a outro tipo de presença: menos imediata, mais interna. É uma forma de se reconectar com o corpo sem pressa.


3. Considere escrever suas próprias fantasias

Escrever pode ser tão excitante quanto ler. E mais: é uma forma de se apropriar do próprio desejo. Algumas sugestões:

  • Imagine uma cena que te instiga e tente colocá-la no papel sem pressa, como se estivesse descrevendo um sonho.

  • Não precisa se preocupar com a forma ou a perfeição do texto — o foco é sentir e descobrir o que te move.

  • Você pode guardar o texto só para você, reler depois ou usá-lo como ponto de partida para refletir sobre seu repertório erótico.


4. Reflita sobre o que te excita — e por quê

Ler ou ouvir ativa partes diferentes do cérebro do que assistir. Isso pode te ajudar a perceber com mais clareza quais são os temas, dinâmicas, imagens ou emoções que mais te excitam. Faça disso uma investigação:

  • O que te atrai nessa cena?

  • Há algo simbólico, proibido, sensível ou nostálgico?

  • Como seu corpo reage ao imaginar?

Transformar o consumo erótico em uma prática consciente é também uma forma de autoconhecimento.


5. Evite excessos e mantenha a segurança

Mesmo com contos ou áudios, é possível cair em padrões compulsivos. Tente:

  • Estabelecer limites de tempo ou momentos do dia para explorar esse tipo de conteúdo.

  • Alternar entre leitura, escuta e escrita.

  • Priorizar conteúdos que te fazem bem, em vez de buscar o choque ou o exagero.

E lembre-se: instalar extensões bloqueadoras de anúncios e de pop-ups pode ser uma boa medida de segurança para seus dispositivos.


6. Explore coletivos e projetos que falam sobre erotismo de forma crítica

O erotismo não precisa vir só do mercado pornográfico. Coletivos LGBTQIA+ e feministas têm produzido conteúdo que trata o desejo com mais humanidade e menos objetificação. Uma iniciativa que vale conhecer:

  • Revista Geni: publicação gratuita e online que discutiu intensamente questões sobre sexualidade, gênero e temas afins. O conteúdo completo das edições está disponível no site revistageni.org.

Explorar o desejo com calma, inteligência e curiosidade é uma forma de cuidado. Erotismo é linguagem, é corpo em trânsito, é mundo interno em movimento. E não precisa ser dependente de imagens externas — pode vir de dentro, das palavras, da memória, da imaginação.


⚠️ Nota de segurança e curadoria

Sabemos que muitos pacientes ainda desejam indicações mais diretas de sites onde encontrar contos eróticos. Podemos, sim, sugerir alguns, mas é importante deixar claro: essas páginas muitas vezes contêm anúncios invasivos, rastreadores ou links inseguros. E, sobretudo, o conteúdo publicado nelas não passa por curadoria ética — ou seja, não representa os valores da clínica, nem conta com qualquer tipo de validação do ponto de vista da saúde sexual ou psicológica.

Nosso objetivo ao mencionar essas fontes é apenas ampliar o repertório de possibilidades e apoiar um processo de transição mais saudável, sem fazer juízo ou apologia aos temas ali abordados. Use com consciência, proteção e, sempre que possível, procure caminhos que te façam bem de verdade.


🔗 Recursos adicionais

Áudios eróticos no Spotify:

Sites de contos eróticos (com os devidos alertas sobre segurança):

 
 
 

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